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Sociobiodiversidade: como abordar o tema em sala de aula

Entenda o que é sociobiodiversidade

Você sabe o que é ou já ouviu falar em sociobiodiversidade? Nas últimas décadas a pauta do meio ambiente se tornou fortemente presente no dia a dia haja vista as alterações climáticas no globo. Em meio a tudo isso, aproximar a sociedade das questões ambientes e integrar as pessoas e a natureza de forma sustentável passou, então, a ser indispensável.

É nesse espectro que surge o conceito de sociobiodiversidade, que vai além de ensinar sobre plantas e animais. Educar para o meio ambiente envolve mostrar como povos e comunidades vivem em harmonia com a natureza.

Neste texto, você vai entender o que esse termo significa, sua importância para o futuro e como abordá-lo de forma prática em sala de aula.

O que é sociobiodiversidade?

A sociobiodiversidade é a união entre a biodiversidade, ou seja a variedade de espécies vegetais ou animais e ecossistemas, os saberes, as práticas e as culturas dos povos que vivem nesses territórios. Indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores familiares mantêm modos de vida sustentáveis, preservando florestas, rios e espécies por meio do uso tradicional dos recursos naturais.

Assim, esse conceito reconhece que proteger a natureza também significa valorizar quem vive dela e com ela. Ao adotar esse olhar, a escola amplia a compreensão dos alunos sobre meio ambiente e diversidade cultural existente no país.

Vale ressaltar que o Brasil é o país que tem a maior biodiversidade do mundo, com cerca de 124.438 espécies da fauna, de acordo com o Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil, e aproximadamente 45 mil espécies da flora conhecidas. Além disso, há uma grande mistura de povos, uma vez que somaram-se aos povos originários novas etnias decorrentes da colonização 500 anos atrás, da escravidão ocorrida até o fim do século XIS e da imigração incentivada no início do século XX.

Por que a sociobiodiversidade é importante para as futuras gerações?

As gerações de hoje em dia já têm vivenciado severas mudanças climáticas, perda de espécies e eventos extremos. Em um futuro não tão distante, caso o aquecimento global não seja revertido ou minimizado, isso tende a piorar. Por isso, as crianças e jovens de hoje precisam aprender existem formas sustentáveis de viver e produzir. Ensinar sociobiodiversidade significa também desenvolver o respeito à diversidade, senso crítico e compromisso com o planeta.

Além disso, esse tema conecta os estudantes à realidade brasileira, onde a natureza e a cultura caminham juntas e podem ser bem observadas em diversos biomas como a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga.

Como abordá-la em sala de aula?

Primeiramente, uma forma de os professores desenvolverem nos alunos esse senso de urgência em prol do planeta é a abordagem da sociobiodiversidade em sala de aula.

A seguir, veja formas práticas de incluir a pauta no cotidiano escolar. Todas podem ser adaptadas à realidade local e aos diferentes níveis de ensino:

1. Explore a sociobiodiversidade no seu território

Leve os alunos a observarem o bairro, o campo, os rios, as plantas e os costumes locais. Dessa forma, eles podem montar mapas, tirar fotos, entrevistar moradores ou criar exposições sobre o espaço em que vivem.

2. Convide vozes da comunidade

Traga para a escola representantes de comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas ou ribeirinhas. Essas pessoas podem contar histórias, explicar o uso de plantas medicinais, ensinar técnicas de plantio e compartilhar saberes que não estão nos livros e que são fundamentais para o convívio com a natureza.

3. Promova projetos interdisciplinares

A sociobiodiversidade cabe em vários componentes curriculares, pois elas aborda temáticas diversas e que tocam diversas áreas do conhecimento:

  • Ciências: manejo sustentável, espécies nativas, impactos ambientais;
  • História: culturas tradicionais e lutas por território;
  • Geografia: mapeamento de biomas e conflitos ambientais;
  • Língua Portuguesa: produção de textos, entrevistas, contação de histórias;
  • Arte: pintura, escultura e releituras de expressões culturais.

Portanto, é possível integrar esse tema ao currículo sem torná-lo uma tarefa extra.

4. Estimule práticas sustentáveis

Oficinas com sementes nativas, hortas escolares, produção de tintas naturais e reaproveitamento de materiais são formas de colocar em prática os conceitos discutidos em sala. Isso fortalece a relação entre teoria e ação.

Além disso, essas atividades desenvolvem habilidades manuais, pensamento crítico e colaboração entre os alunos.

5. Incentive a criação de conteúdo sobre sociobiodiversidade

Estimule os estudantes a criarem vídeos, podcasts, murais e rodas de conversa. Isso ativa o protagonismo juvenil e transforma os alunos em multiplicadores do tema. Desse modo, eles passam a enxergar seu papel como agentes de mudança dentro e fora da escola.

6. Conecte a sala de aula com agendas globais

Use datas como o Dia Mundial do Meio Ambiente ou a COP30, que será realizada no Brasil neste ano, para discutir temas como justiça climática e o papel dos povos tradicionais na preservação dos biomas. Assim, os alunos compreendem que ações locais fazem parte de um movimento global por justiça ambiental.

7. Utilize materiais didáticos sobre meio ambiente e sustentabilidade

Trabalhar com materiais didáticos que sejam exclusivamente focados na pauta ambiental é de extrema relevância para as redes educacionais. Isso é importante, pois o conteúdo não fica condensado ou em segundo plano diante dos demais componentes curriculares.

Abordar temas sobre ecologia, meio ambiente e sustentabilidade em disciplinas para além das Ciências, como História, Geografia ou Língua Portuguesa seguem sendo necessárias, até mesmo porque a Base Nacional Comum Curricular direciona a prática pedagógica a partir da interdisciplinaridade, o que contribui com a construção de repertório por parte do aluno.

E para que esse estudo seja ainda mais potencializado, cabem às redes de ensino adotarem materiais tematizados, como o livro Educação ambiental e climática, desenvolvido pelas Edições IPDH e que leva essa discussão para a sala de aula.

Trabalhar a sociobiodiversidade em sala de aula é semear o futuro. Ao promover o diálogo entre ciência, cultura e natureza, a escola forma não apenas alunos informados, mas cidadãos comprometidos com um mundo mais equilibrado, justo e sustentável. O educador, portanto, se torna um protagonista nesse processo de transformação.