Em novembro de 2025, a cidade de Belém (PA) será palco da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, e o mundo todo estará atento às decisões que sairão dali. Diante disso, surge a questão: como trazer esse debate global para dentro da sala de aula e transformá-lo em aprendizado vivo para crianças e jovens?
Neste artigo, portanto, você vai entender o que é a COP30, compreender porque ela é tão importante para a sociedade e, além disso, descobrir estratégias práticas para trabalhar esse tema em sala de aula.
A COP (Conference of the Parties) é a reunião anual dos países que assinaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Nesse espaço, líderes globais negociam estratégias para reduzir emissões de gases do efeito estufa, discutir adaptação climática e buscar soluções de financiamento para uma transição justa.
Em 2025, de 10 a 21 de novembro, será realizada a COP30, em Belém. Pela primeira vez, uma cidade amazônica sediará a conferência, o que significa dar visibilidade inédita à floresta e aos povos que vivem nela. Ao mesmo tempo, mais de 140 países devem participar, atualizando suas metas climáticas e debatendo formas de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.
Trazer a COP30 para a sala de aula não significa falar de um evento distante, mas sim de um tema que já impacta o dia a dia de todos. Em 2022, o Brasil emitiu cerca de 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa. Como consequência, eventos extremos, como secas, ondas de calor e enchentes, se tornaram cada vez mais frequentes.
Entre 1985 e 2024, a Amazônia perdeu aproximadamente 52 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 13% da vegetação nativa. Além disso, apenas em maio de 2025, foram registrados 960 km² de alertas de desmatamento, um salto de 91% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os impactos, por sua vez, não afetam a todos de forma igual. Populações indígenas, ribeirinhas e comunidades urbanas vulneráveis sofrem mais e, por isso, precisam estar no centro das discussões.
Entre 2021 e 2022, o Brasil recebeu, em média, R$ 26,6 bilhões por ano em financiamento climático internacional, um aumento de 84% em relação a períodos anteriores. Esses recursos, portanto, podem apoiar projetos de preservação e de transição energética.
No início de agosto de 2025, as buscas por “COP30” na internet cresceram 440% no Brasil, o que mostra que o tema já desperta grande curiosidade da população.
Dessa forma, esses números ajudam os estudantes a compreender que a COP30 é um tema concreto, que impacta diretamente o futuro do país e do planeta.
Trazer o tema para a escola é, acima de tudo, uma oportunidade de aproximar os estudantes das grandes discussões globais, estimulando senso crítico, participação cidadã e ação local. Veja, a seguir, algumas ideias práticas:
Antes de tudo, comece perguntando: “Que mudanças climáticas vocês já perceberam aqui na cidade?” Essa conversa aproxima o tema da realidade deles.
Em seguida, apresente dados recentes, como a taxa de desmatamento ou o volume de emissões do Brasil.
Além disso, transforme o aprendizado em ação concreta: hortas escolares, compostagem, coleta seletiva ou campanhas de consumo consciente. Por exemplo, comparar a redução de resíduos na escola em um mês com os dados oficiais de desmatamento pode ser uma forma de criar consciência da escala dos problemas.
Outra possibilidade é propor que os alunos produzam cartazes que usem ao menos um dado real sobre clima ou Amazônia. Assim, eles aprendem a comunicar informações de forma responsável e interessante.
Do mesmo modo, é possível integrar o tema em diferentes áreas:
Contar com materiais que abordem a temática de forma focada e direcionada, como a coleção Educação Ambiental e Climática, é uma forma de aproximar e inserir a pauta na rotina dos alunos.
Por fim, convide especialistas locais, ONGs ambientalistas ou representantes de povos tradicionais para falar com os alunos. Além disso, uma visita a uma área de preservação ou a um rio próximo também pode ser um momento de aprendizado prático.
A COP30 é mais do que um encontro internacional: é, acima de tudo, um chamado para repensar nosso futuro comum. Ao levar o tema para a sala de aula, professores ajudam os estudantes a compreenderem os desafios globais, a se reconhecerem como parte da solução e, consequentemente, a perceberem que cada pequena ação conta.
Em resumo, Belém, Amazônia, Brasil e mundo estarão conectados em novembro de 2025. E, se a escola fizer parte dessa conversa, certamente teremos uma geração mais conscientizada para defender a vida, a justiça e o planeta.
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