O Dia do Professor é celebrado neste dia 15 de outubro para homenagear os profissionais que fazem parte da vida de todos. Nesta data, escolas públicas e privadas, universidades, cursos e outras instituições de ensino se dedicam a homenagear quem cuida da educação de crianças, jovens e adultos.
Em toda a história da Educação, muitos professores de destacaram em sua profissão, servindo como referência para as gerações seguintes. Portanto, de Maria Montessori a Paulo Freire, há diversos nomes que fizeram história.
Mas, antes de falarmos sobre quem são esses expoentes, questionamos: você sabe como surgiu esta data?
A história desta data começa ainda no Brasil Imperial. Em 15 de outubro de 1827, o então imperador do Brasil, D. Pedro I, baixou um decreto criando o chamado Ensino Elementar. No texto, D. Pedro I instituía que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”.
Ou seja, ele determinava a descentralização do ensino, as formas de contratação dos professores, quais as matérias básicas que todo aluno deveria aprender, entre outros pontos.
Passado mais de cem anos, em 1947, o professor paulista Samuel Becker organizou juntamente com outros profissionais um “dia de folga”. Logo, a data escolhida foi justamente o dia 15 de outubro.
Nesta data, houve comemorações e homenagens nas escolas aos profissionais da Educação. Dessa forma, a ideia acabou entrando no calendário de muitas escolas de diversas cidades.
Foi somente, então, em 1963, que o Governo Federal oficializou o 15 de outubro como feriado nacional pelo decreto federal 52.682.
Em toda a história da Educação, muitos professores de destacaram pela sua atuação, pela contribuição que fizeram à sociedade e, claro, pela paixão em educar o outro.
Listamos, a seguir, algumas dessas personalidades que ainda hoje fazem a diferença.
É impossível falar em Educação sem falar de Paulo Freire (1921-1997) f. Considerado o “Patrono da Educação Brasileira”, Paulo Freire é até hoje um dos principais expoentes da educação brasileira, dada a sua contribuição intelectual e atuação, principalmente com adultos.
Para ele, a Educação deve ser libertária, contrapondo-se àquela tecnicista e alienista comumente aplicada nas escolas de sua época.
Paulo Freire é reconhecido por dezenas de universidades estrangeiras como doutor honoris causa. Seu livro “Pedagogia do Oprimido” (1974) é uma das obras mais lidas e referenciadas no mundo.
É de sua autoria a frase “A Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Essas e outras citações entram no repertório de escolas e educadores no Dia do Professor.
Magda Soares (1932-2023) é uma das maiores especialistas em alfabetização e letramento. Sua contribuição também se deu na área acadêmica, pois foi uma das fundadoras da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Seguidora de Paulo Freire, Magda via no letramento uma ferramenta social, devendo estar conectado ao contexto do aluno. Assim, trouxe uma nova abordagem para a alfabetização infantil, contrapondo-se ao método baseado em cartilhas.
Uma das suas obras de maior destaque é o livro “Alfabetização: a questão os métodos”, com o qual foi agraciada com o prêmio Jabuti.
>>> Conheça a obra “Brincar, Crescer e Aprender”, voltada para o Letramento e a Alfabetização.
A argentina Emilia Ferreiro (1937-2023) é um nome estrangeiro que muito contribuiu para a educação do Brasil, pois foi a partir dos anos de 1980 que seus livros começaram a ter destaque no país.
Os seus estudos permitiram transformar práticas de alfabetização por todo o mundo, pois, para ela, psicolinguista argentina se debruçou sobre os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever. Com isso, educadores passaram a rever seus métodos de alfabetização e letramento.
Sua atuação passou a ter forte ligação com o construtivismo, campo de estudo idealizado por outro estudioso da educação, Jean Piaget. Segundo ele, “O construtivismo é uma teoria de aprendizagem que considera o sujeito como um ser ativo no processo de construção do conhecimento, por meio de experiências e interações com o objeto do conhecimento e na relação e interação com outros sujeitos. Para isso, ele precisa vivenciar situações significativas, colocando em jogo tudo o que sabe para construir um novo saber. Ou seja, nessa concepção, o conhecimento é construído e não transferido”,
Jean Piaget (1896-1980) foi um estudioso suíço que muito contribuiu para a Educação dos dias atuais a partir do chamado Método Piaget.
Sua teoria foca no desenvolvimento infantil, ancorada no desenvolvimento humano e cognitivo. Conforme a sua Teoria do Desenvolvimento, Piaget definiu que a criança passa por quatro fases: estágio sensório-motor (0 a 2 anos), estágio pré-operacional (2 a 7 anos), estágio das operações concretas (7 a 11 anos) e estágio das operações formais (11 a 14 anos).
Parte dessa ideia a teoria de que a aprendizagem do indivíduo é construída a partir das suas interações com o meio em que vive.
Outro nome bastante lembrado no Dia do Professor e muito importante para a Educação mundial é o da pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952).
Sua contribuição ganhou destaque por contrapor os métodos de aprendizagem então vigentes na sua época. Isso porque ela entendeu que as crianças respondiam bem a trabalhos domésticos, que exigiam habilidades motoras e trabalhavam sua autonomia.
Foi a partir desse trabalhou que passou a defender a tese de que a principal causa do atraso no aprendizado de crianças consideradas especiais era a ausência de materiais de estímulo.
Surge, então, o método Montessori”, que foca na individualidade e nas necessidades de cada criança, relacionando seu desenvolvimento biológico e mental aos movimentos motores.
Muitos são os nomes que fizeram e ainda fazem parte da Educação Brasileira, portanto rememorá-los é uma forma de homenageá-los e manter seu legado vivo.