Coleção Crescer com Clássicos

Há momentos na infância que são marcantes e inesquecíveis. Heitor, protagonista desta história, sabe bem disso. Em O retrato da avó, você vai conhecer uma das memórias que acompanham o adorável personagem criado por Júlia Lopes de Almeida. Um dia, o garotinho se aventurou a tocar um violoncelo, um instrumento difícil – e bem maior que ele. Mas isso não é um problema para quem tem curiosidade e, no caso de Heitor, um motivo especial. Qual será?

Quem pode convencer Emília a se casar com Rabicó? Só mesmo Narizinho, que pede ajuda a Pedrinho. Em O Marquês de Rabicó, as crianças do Sítio do Picapau Amarelo topam essa missão audaciosa e divertida. Enquanto Narizinho quer salvar o porco de ir para o forno, Emília sonha com o título de marquesa e Rabicó só pensa em comer. Mas afinal esse casamento pode dar certo?

Na companhia de amigos imaginários, Luciana vivia em seu próprio mundo, um mundo que os adultos não entendiam muito bem. A essas amizades inventadas, veio se juntar uma real, de ossos e penas: um periquito que a menina ganhou de presente. Em Minsk, Graciliano Ramos narra a relação especial que se desenvolve entre Luciana e o bichinho. Uma ligação que é fonte de diversos sentimentos, dos mais bonitos aos mais difíceis.

Este volume reúne poemas escolhidos de três livros de Florbela Espanca: Livro de mágoas, de 1919; Livro de Soror Saudade, de 1923; e Charneca em flor, de 1931, publicado postumamente. Considerada a poeta irmã gêmea de Fernando Pessoa, Florbela Espanca cultivou uma poesia de alta voltagem lírica e de natureza marcadamente sentimental, características que fazem dela uma das principais escritoras da língua portuguesa.

Ao escrever Iracema, José de Alencar legou à literatura brasileira uma de suas histórias mais emblemáticas. Neste romance, onde a prosa encontra a poesia, o autor cearense faz um hino à sua terra natal ao recuperar tradições e costumes de nossos povos originários. Passados mais de cem anos da primeira edição do livro, Iracema, a virgem dos lábios de mel, e Martim, o guerreiro do mar, ressurgem na pena de Alencar, que nos conta um episódio da colonização do Brasil e a história de um amor impossível.

Fernando Pessoa conservava em uma arca os textos que saíam de sua pena. Poeta de atividade intensa, deu corpo a uma obra que seria gradualmente descoberta à medida que seus pesquisadores vasculhassem aqueles escritos, dentre eles as mais de trezentas quadras depois reunidas em Quadras ao gosto popular, de 1965. Essa publicação, póstuma, revelaria a faceta romântica do autor português, de que estas Quadras de amor fornecem uma amostra.

Comovente e inesquecível, este relato da saga de uma família de retirantes nordestinos em plena seca consagrou Graciliano Ramos como um dos grandes narradores da literatura brasileira. Em prosa concisa e vigorosa, o escritor alagoano transforma o drama vivido por Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois filhos, acompanhados pela cachorra Baleia, numa história que examina a condição humana diante do descaso e da exploração. Publicado originalmente em 1938, Vidas secas fornece o retrato de um Brasil que ainda hoje explica nossa realidade.

Ricardo Flamel, um indivíduo suspeito, inquieta a imaginação de toda a população da cidade de Tubiacanga. Revistas em línguas estranhas, utensílios esquisitos, um forno na sala de jantar – tudo de mais inusitado se instala na casa de chaminé fumegante. O que acontece ali? Cada morador chega a uma conclusão diferente, mas nenhuma se aproxima do fato que em pouco tempo irá perturbar a normalidade daquela vila. Em A nova Califórnia, pequena obra-prima do suspense, Lima Barreto costura uma trama original e vigorosa, reveladora do seu manejo exemplar da narrativa e que o situa na melhor tradição das histórias de mistério.

O que faz o Brasil ser Brasil? Oswald de Andrade se dedicou com vigor a responder a essa pergunta através de sua obra. Neste Manifestos modernistas & dez poemas escolhidos, flagramos seu pensamento irreverente e divertido sobre a identidade e a cultura nacionais, seja em seus famosos manifestos, seja em seus versos de puro humor. Aqui prosa e poesia se aproximam para oferecer ao leitor uma amostra da originalidade e da atualidade de um escritor fundamental para o nosso Modernismo e para a literatura brasileira.

Quantas histórias de homens e mulheres a escravidão terá encoberto? Em A escrava, a prosa pioneira de Maria Firmina dos Reis restitui a possibilidade de os escravizados contarem suas vidas e serem ouvidos. É assim que vamos conhecer a história de Joana, uma mulher escravizada cujo destino acaba cruzando com o de uma senhora branca. Nesta trama de teor abolicionista, a escritora maranhense retrata os horrores de uma sociedade fraturada pela escravidão, ao mesmo tempo que manifesta com vigor o direito inalienável à liberdade.